Há 30 anos, Plano Real derrubava hiperinflação e estabilizava economia
Há 30 anos, Plano Real derrubava hiperinflação e estabilizava economia
O Plano Real completa 30 anos nesta segunda-feira (1º) com ações que trouxeram estabilidade para a economia, mas também deixaram um gosto amargo para certos setores.
Medidas essenciais do plano para derrubar a hiperinflação nos anos 1990, os juros altos e a abertura do mercado financeiro dificultam a sobrevivência da indústria no país e tornam a economia mais vulnerável a volatilidades no câmbio, segundo os economistas.
Nos últimos meses, a Taxa Selic, juros básicos da economia, tem estado no centro da discussão política, após o Banco Central (BC) interromper o ciclo de queda dos juros, mantidos em 10,5% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Lula tem criticado fortemente o presidente do BC, Roberto Campos Neto, levando à volatilidade cambial.
Os debates acalorados sobre os juros e o câmbio são mais estruturais do que aparentam. Desde a criação do real, os juros altos foram usados como instrumento para segurar o consumo. Outra ação foi o câmbio sobrevalorizado que tinha como objetivo estimular a entrada de produtos importados para impedir a explosão de preços dos itens nacionais.
Apesar da mudança de regime cambial, o Plano Real deixou heranças ainda observadas na economia brasileira. Os juros altos continuam centrais para manter os preços dentro dos limites da meta de inflação, sendo criticados por economistas heterodoxos, pelo setor produtivo, pelas centrais sindicais e por correntes políticas como inibidores do crescimento econômico.
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