𝙏𝙧𝙖𝙛𝙞𝙘𝙖𝙣𝙩𝙚 𝙘𝙤𝙣𝙙𝙚𝙣𝙖𝙙𝙤 𝙥𝙚𝙡𝙖 𝙢𝙤𝙧𝙩𝙚 𝙙𝙤 𝙟𝙤𝙧𝙣𝙖𝙡𝙞𝙨𝙩𝙖 𝙏𝙞𝙢 𝙇𝙤𝙥𝙚𝙨 𝙥𝙖𝙨𝙨𝙖 𝙖 𝙘𝙪𝙢𝙥𝙧𝙞𝙧 𝙥𝙧𝙞𝙨𝙖̃𝙤 𝙙𝙤𝙢𝙞𝙘𝙞𝙡𝙞𝙖𝙧
Rio - Após 13 anos e sete meses cumprindo pena em regime fechado, o traficante Elizeu Felicio de Souza, o Zeu, condenado a 23 anos pela morte do jornalista Tim Lopes, vai para a prisão domiciliar. O alvará de soltura foi expedido pela Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro.
Zeu saiu pela porta da frente do Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste, nesta quinta-feira (4).
Elizeu tem até cinco dias para comparecer à Central de Monitoramento da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), para instalação da tornozeleira eletrônica. Atualmente, entre os sete condenados pelo crime, apenas Elizeu ainda estava em regime fechado. Dois morreram, entre eles, Elias Maluco, encontrado morto em uma cela no presídio federal de Catanduvas, no Paraná, em 2020 - ele foi o mandante do assassinato do jornalista. O outro, Xuxa, foi morto durante uma troca de tiros com o Bope em 2013. Outros quatro já estavam em liberdade.
Traficante já fugiu da prisão
Em julho de 2007, Elizeu fugiu do Instituto Penal Edgar Costa, em Niterói, beneficiado pela progressão para regime semiaberto, quando também cumpria a pena pela morte do jornalista Tim Lopes. Na ocasião, Zeu deixou o presídio para benefício de Visitação Periódica ao Lar (VPL) e não voltou. Na época, ele havia cumprido a sexta parte da pena em Bangu III, e conseguiu a progressão para regime semiaberto após exames psicológicos e avaliação disciplinar pela Seap.
Apontado como o responsável por queimar o corpo de Tim Lopes, Zeu se entregou à polícia durante uma invasão no Complexo do Alemão, em 28 de novembro de 2010, após três anos foragido. De acordo com a Polícia Militar, o traficante estava embaixo da cama, protegido por familiares, quando se entregou.
Segundo as investigações, o traficante integrava a alta cúpula do Comando Vermelho (CV), ocupando posição de liderança no Complexo do Alemão, da Penha, Palmerinha e Tuiuti.
O jornalista Tim Lopes foi morto em junho de 2002, na comunidade Vila Cruzeiro, aos 52 anos. Na época, ele decidiu fazer a reportagem após receber denúncias de moradores da comunidade Vila Cruzeiro de que menores estavam sendo obrigadas pelos traficantes a participar dos bailes, usar drogas e se prostituir. O jornalista já tinha mais de 30 anos de carreira quando foi brutalmente assassinado e já estava habituado a fazer matérias do mesmo tipo.
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