“Comprei logo uma de dois quartos, porque eu gosto de conforto”.

“Comprei logo uma de dois quartos, porque eu gosto de conforto”. 

É assim que Márcia Araújo, de Nova Iguaçu, começa a falar com o Portugal Giro sobre a barraca onde vive acampada em Carcavelos, região praiana de Lisboa. Ela e a amiga Andréia Machado trabalham fazendo limpeza de apartamentos e entregando marmitas. Conseguem ganhar pouco mais de um salário mínimo € 760 (R$ 3,9 mil). Há dois meses, no auge da inflação, desistiram de procurar um imóvel digno, que pudessem pagar, e vivem de graça acampadas na Quinta dos Ingleses, endereço nobre e alvo de disputa. São vizinhas de ricaços, que deixam os filhos para estudar ali ao lado, na Julian's School, apontada como a escola privada mais cara de Portugal. Os campistas da quinta são elas, um casal formado por brasileira e português e, segundo as duas, outros 30 brasileiros. A maioria sem dinheiro para viver na cidade com aluguel mais caro da Europa. . O dono do terreno, garantem, não se incomoda.


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