Acúmulo de ferro nas células pode levar ao Alzheimer

Acúmulo de ferro nas células pode levar ao Alzheimer

Um novo estudo publicado na revista Annals of Neurology no último dia 21 revelou que o acúmulo de ferro nas células pode levar ao Alzheimer. O perigo está em uma forma de morte celular conhecida como ferroptose, que destrói a micróglia, um tipo de célula envolvida na resposta imunológica do cérebro.Os pesquisadores conduziram o estudo examinando tecido cerebral de pacientes com a doença. O grupo se concentrou na mielina, bainha protetora que recobre as fibras nervosas do cérebro. Os pesquisadores descobriram uma forma em cascata de neurodegeneração desencadeada pela deterioração da mielina.

Na ocasião, o grupo também descobriu que a micróglia degenera na substância branca do cérebro de pacientes com Alzheimer. Na prática, quando a mielina é danificada, a micróglia entra para limpar os detritos. No entanto, as próprias microglias são destruídas pelo ato de limpar a mielina rica em ferro. É aí que acontece a ferroptose.“Perdemos uma forma importante de morte celular na doença de Alzheimer. Não estávamos dando muita atenção à micróglia como células vulneráveis, e as lesões da substância branca no cérebro receberam relativamente pouca atenção", afirma a equipe em meio a um comunicado divulgado pela própria instituição — a Oregon Health & Science University.

Morte celular e Alzheimer
Frente às descobertas, o grupo desenvolveu uma nova técnica de imunofluorescência para determinar que a toxicidade do ferro estava causando a degeneração microglial no cérebro. A teoria é que isso é resultado do fato de que os próprios fragmentos de mielina são ricos em ferro, disse Back.

“A micróglia é ativada para mediar a inflamação, mas ninguém sabia que eles estavam morrendo em tão grande número. É incrível que tenhamos perdido isso até agora", apontam os pesquisadores.Anteriormente, um artigo publicado na revista Nature Aging sugeriu que nos pacientes com Alzheimer, a micróglia tende a ficar em estado pré-inflamatório e menos propensa a ser protetora, o que pode contribuir para a progressão da condição neurodegenerativa.Na ocasião, os cientistas também afirmaram que a microglia pode mudar de tipo ao longo do tempo, e acompanhar essas mudanças pode ajudar a entender como essas células contribuem para o Alzheimer.


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