POLICIAIS CORRUPTOS DEVERIAM PEGAR PRISÃO PERPÉTUA

POLICIAIS CORRUPTOS DEVERIAM PEGAR PRISÃO PERPÉTUA 

Policiais militares investigados por corrupção e outros crimes pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) criaram um grupo de WhatsApp com o nome "Os Mercenários", com uma imagem do filme, para se comunicar.

Os promotores analisaram mensagens e ligações que, segundo o MP, comprovam as condutas criminosas.

“Os denunciados compunham o GAT do 24º BPM, e durante a análise do aparelho, se percebeu que os denunciados atuavam de forma criminosa, fazendo cobrança de arrego do tráfico, extorquindo comerciantes. Quando os arregos não eram pagos, eles executavam esses traficantes, torturavam“, afirmou Eduardo Pinho, promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), em coletiva à imprensa.

Nove militares foram presos nesta quinta-feira (26) na Operação Mercenários. Eles são acusados de fazer parte de uma quadrilha armada que age dentro de batalhões da Polícia Militar.

O comandante do 15º BPM (Caxias), alvo de mandado de busca e apreensão, foi afastado do cargo. Em mensagens de celular interceptadas, subordinados dizem que o tenente-coronel André de Araújo Oliveira autorizava "matar à vontade". Ele não foi preso, mas é investigado.

No batalhão, os investigadores encontraram mais de R$ 37 mil em espécie, atrás de um sofá.

Para o promotor Marcelo Arsênio, há indícios que esse dinheiro era do tráfico de drogas.

“Percebi um movimento estranho no batalhão, e decidi ver se o capitão ainda ocupava uma sala na P2. Em cima de um sofá tinha um fardamento dele, e atrás do sofá a gente encontrou vários sacos de dinheiro, ali armazenados. Um valor de aproximadamente R$ 38 mil, que estão contando ainda”.

Ao todo, 11 PMs eram procurados por corrupção, tortura, peculato e concussão — quando um funcionário público usa o cargo para obter vantagens indevidas.

Presos
Adelmo da Silva Guerini Fernandes
Antônio Carlos dos Santos Alves
Marcelo Paulo dos Anjos Benício
Mário Paiva Saraiva
Oly do Socorro Biage Cei de Novaes
Vitor Mayrinck
Francisco Santos
Marcelo Leandro Teixeira
William de Souza Noronha
Dois policiais ainda são procurados.

O chefe do Serviço Reservado (P2) do 15º BPM, capitão Anderson Santos Orrico, não era alvo dos mandados, mas foi levado para prestar esclarecimentos da 3ª DPJM.

Um subtenente, quando foi alvo da operação em Santa Cruz, jogou mochilas no quintal de um vizinho. Nessas mochilas, havia R$ 100 mil.

"Foram encontradas armas na casa dele também, e dinheiro no carro dele também", disse a promotora Juliana Pompeu.

Segundo o coronel Assis, sub-corregedor da PM, os presos estão sendo levados para a Unidade Prisional, em Niterói.

“A polícia não coaduna” com os atos dos policiais, disse.

Os promotores afirmam que, ao invés de combater e prender criminosos, os PMs "optaram por exigir deles, rotineiramente, o pagamento de propina, deixando de cumprir com seu dever de ofício, contribuindo dessa forma, para o quadro de violência e caos vivenciado em nosso estado".

O MPRJ cita como exemplo que quatro dos denunciados exigiram R$ 1 milhão de Léo Marrinha, chefe do tráfico do Cantagalo/Pavão-Pavãozinho, para não prendê-lo.


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