Motorista de aplicativo leva soco durante discussão com passageiros Grupo queria que Adriano da Silva passasse por um lugar sem adicionar uma parada no aplicativo, o que é proibido pela plataforma.
Motorista de aplicativo leva soco durante discussão com passageiros
Grupo queria que Adriano da Silva passasse por um lugar sem adicionar uma parada no aplicativo, o que é proibido pela plataforma.
Com informações da página Hora da notícia Araruama
Caso foi registrado na delegacia como lesão corporal.
Um motorista de aplicativo foi agredido e teve prejuízos no carro durante uma discussão com passageiros. Segundo ele, a corrida da Penha em direção a Caxias terminou no caminho. O grupo queria que ele passasse por um lugar sem adicionar uma parada no aplicativo, o que é proibido pela plataforma.
A câmera do carro flagrou o início da discussão.
Passageiro: Moço, a minha parada. Passo na porta dessa minha amiga. O senhor pode parar pra pegar ela? Sim ou não?
Motorista: Não, adicionando a parada aí, eu paro de boa, colega.
Passageiro: Não. Se não parar, não pode botar ela?
Motorista: Não. Se não adicionar, não tem como parar não, pô.
O passageiro do banco de trás entra na conversa.
Outro passageiro: Nós "tá" pagando. Se nós "tá" pagando.
Motorista: Então, irmão. Vocês... Vocês têm que fazer o que é o certo, pô. Só para se tiver parada, mano.
O motorista de aplicativo avisa que vai parar no posto:
Vou parar aqui no posto pra ficar tranquilo pra vocês. Vocês pegam outro carro. Valeu?
O carro volta a andar, mas o motorista para de novo. Segundo ele, foi aí que o passageiro socou o carro.
Motorista: Vocês têm que ter respeito! Valeu? Essa p* aqui não é bagunça, não. Vocês "quer" bater, vocês compram a p* do carro e bate no carro de vocês.
A discussão esquenta e é possível ouvir a agressão física.
Motorista: Não encosta em mim, não. Não encosta em mim, não. Não encosta em mim, não.
“Os passageiros queriam alterar, queriam que eu passasse num local que não tava no aplicativo. Aí, eu pedi pra que eles adicionarem a parada e eles ficaram discutindo entre si, não sabiam onde realmente ia ser a parada. O rapaz se achou no direito de falar pra mim que ele tava pagando e eu tinha que fazer o que ele queria", contou Adriano da Silva.
“Eu não tinha cobrado o valor da passagem, que eu não ia cobrar, que eu já tinha falado, aí me deram um prejuízo ainda de amassar meu carro, que é meu material de trabalho.”
Lesão corporal
O caso foi registrado como lesão corporal. Segundo o documento, o passageiro Fábio estava muito alterado e deu dois socos na lateral do carro, e outro no rosto do motorista.
Adriano foi atendido no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
Adriano conta que entrou em contato com a empresa de aplicativo, mas não teve nenhum apoio com a parte hospitalar e nem com o conserto do carro, que ficou amassado.
“A gente que trabalha com aplicativo, a gente fica muito vulnerável. Porque o passageiro sabe quem é o motorista, mas o motorista não sabe quem é o passageiro. Eu liguei pro aplicativo, porque é correto a ser feito, e eles não me deram apoio nenhum”, disse.
Outros motoristas de aplicativo contam que esse não é um caso isolado.
“O passageiro entrou acompanhado com uma moça e só tinha o destino final. Eu, como motorista de aplicativo, eu coloco lá no GPS e vou em direção ao destino final. Só que aí eu recebo a notícia: ‘Olha, você vai ter que fazer uma parada porque eu preciso deixar ela na rua tal’. Aí ele falou assim: ‘Aí que tá, porque se eu alterar aqui, eu já tentei alterar aqui, e tá cobrando tantos reais a mais’”, conta Luiz Lima.
“Sou motorista de aplicativo e isso já virou rotina. Deram chute na porta do meu carro quando recusei. São muitas coisas que nós estamos passando aqui. Sempre tem esses ocorridos aí que o motorista passou”, diz Bruno Cardoso.
O que dizem a Polícia Civil e a empresa 99
A Polícia Civil disse que o caso foi encaminhado para a delegacia de Brás de Pina. Os três passageiros que estavam no carro fugiram.
A 99 afirmou que lamenta profundamente o caso e repudia a agressão. Disse que o perfil do agressor foi bloqueado. E, ainda, que ofereceu todo acolhimento e suporte ao motorista, o que ele nega. A empresa explicou também que investe em segurança e na educação de passageiros e motoristas de forma contínua.
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